órgão da
CASA DO POVO DOS ALTARES
Pessoa Coletiva de Utilidade Pública Equiparada a IPSS

sexta-feira, 25 de março de 2011

DIA MUNDIAL DO TEATRO 2011

27 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DO TEATRO
O Dia Mundial do Teatro é comemorado a 27 de Março e uma das manifestações mais importantes é a difusão da Mensagem Internacional, escrita tradicionalmente por uma personalidade de dimensão mundial, convidada pelo Instituto Internacional do Teatro para partilhar as suas reflexões sobre temas de Teatro e a Paz entre os povos.
Esta mensagem é traduzida em mais de vinte línguas e lida perante milhares de espectadores, antes do espectáculo da noite, nos teatros do mundo inteiro. A primeira mensagem foi escrita por Jean Cocteau (França), em 1962, a do ano de 2009, pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal (que veio a falecer logo a seguir, em 02-05-2009) e a de 2010 por Dame Judi Dench (Inglaterra).
O Instituto Internacional de Teatro, com sede na Suíça acabou de divulgar a mensagem de 2011, que foi escrita pela africana Jessica Atwooki Kaahwa.
MENSAGEM DO DIA INTERNACIONAL DO TEATRO DE 2011
Este é o momento exacto para uma reflexão sobre o imenso potencial que o Teatro tem para mobilizar as comunidades e criar pontes entre as suas diferenças. Já, alguma vez, imaginaram que o Teatro pode ser uma ferramenta poderosa para a reconciliação e para a paz mundial? Enquanto as nações consomem enormes quantidades de dinheiro em missões de paz nas mais diversas áreas de conflitos violentos no mundo, dá-se pouca atenção ao Teatro como alternativa para a mediação e transformação de conflitos. Como podem todos os cidadãos da Terra alcançar a paz universal quando os instrumentos que se deveriam usar para tal são, aparentemente, usados para adquirir poderes externos e repressores?
O Teatro, subtilmente, permeia a alma do Homem dominado pelo medo e desconfiança, alterando a imagem que têm de si mesmos e abrindo um mundo de alternativas para o indivíduo e, por consequência, para a comunidade. Ele pode dar um sentido à realidade de hoje, evitando um futuro incerto. O Teatro pode intervir de forma simples e directa na política. Ao ser incluído, o Teatro pode conter experiências capazes de transcender conceitos falsos e pré-concebidos.
Além disso, o Teatro é um meio, comprovado, para defender e apresentar ideias que sustentamos colectivamente e que, por elas, teremos de lutar quando são violadas. Na previsão de um futuro de paz, deveremos começar por usar meios pacíficos na procura de nos compreendermos melhor, de nos respeitarmos e de reconhecer as contribuições de cada ser humano no processo do caminho da paz. O Teatro é uma linguagem universal, através da qual podemos usar mensagens de paz e de reconciliação.Com o envolvimento activo de todos os participantes, o Teatro pode fazer com que muitas consciências reconstruam os seus conceitos pré-estabelecidos e, desta forma, dê ao indivíduo a oportunidade de renascer para fazer escolhas baseadas no conhecimento e nas realidades redescobertas. Para que o Teatro prospere entre as outras formas de arte, deveremos dar um passo firme no futuro, incorporando-o na vida quotidiana, através da abordagem de questões prementes de conflito e de paz. Na procura da transformação social e na reforma das comunidades, o Teatro já se manifesta em zonas devastadas pela guerra, entre comunidades que sofrem com a pobreza ou com a doença crónica. Existe um número crescente de casos de sucesso onde o Teatro conseguiu mobilizar públicos para promover a conscientização no apoio às vítimas de traumas pós-guerra. Faz sentido existirem plataformas culturais, como o [ITI] Instituto Internacional de Teatro, que visam consolidar a paz e a amizade entre as nações. Conhecendo o poder que o Teatro tem é, então, uma farsa manter o silêncio em tempos como este e deixar que sejam “guardiães” da paz no nosso mundo os que empunham armas e lançam bombas. Como podem os instrumentos de alienação serem, ao mesmo tempo instrumentos de paz e reconciliação? Exorto-vos, neste Dia Mundial do Teatro, a pensar nesta perspectiva e a divulgar o Teatro, como uma ferramenta universal de diálogo, para a transformação social e para a reforma das comunidades. Enquanto as Nações Unidas gastam somas colossais em missões de paz com o uso de armas por todo o mundo, o Teatro é uma alternativa espontânea e humana, menos dispendiosa e muito mais potente.
Não será a única forma de conseguir a paz, mas o Teatro, certamente, deverá ser utilizado como uma ferramenta eficaz nas missões de paz."

Jessica Atwooki Kaahwa
Jessica Kaahwa, PhD não é apenas uma dramaturga realizada, atriz, diretora de teatro académico, ela também é altamente respeitada internacionalmente por seu trabalho humanitário. Responsável pela bolsa de estudos da Fulbright, destinata bolsas e concessões numerosas para continuar sua pesquisa e trabalho de campo utilizando o teatro e a mídia como forças construtivas em zonas de conflito e para a melhoria da saúde.

Ela é atualmente professora titular dos Departamentos de Música, Dança e Teatro da Universidade de Makerere, em Uganda, onde também obteve seu mestrado. Todavia, sua licenciatura é da Universidade de Benin na Nigéria, onde também trabalhou como correspondente da Rádio da Nigéria. Em 2001, recebeu seu PhD em Teatro, História, Teoria e Crítica da Universidade de Maryland, EUA.
Escreveu mais de 15 peças de teatro, televisão e rádio, incluindo a "Pedra Fundamental", "Dog Bite-Justice", "Paradise for Ever", "Ecos de Paz" e "Tambores da Liberdade". Ela já dirigiu e atuou em várias de suas peças. Seus créditos incluem dirigir "Rei Lear" de William Shakespeare, "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht (traduzido em Luganda e excursionou na África do Sul e Washington DC) e ela co-dirigiu o "Soldier's Tale", de Igor Stravinsky. Seus créditos incluem "Cornerstone", "Homens Things" (por Rose Mbowa), "nosso marido Has Gone Mad" (por Ola Rotimi), "Morte aos Cavaleiros do Rei" (por Wole Soyinka) e "Não mais Petróleo Livro" (por Fatunde Tunde).
Grande defensora dos direitos humanos, Jessica Kaahwa implacavelmente levanta a voz para a igualdade de gênero, paz e conflito de comunicação. Ela também tem orquestrado várias iniciativas nacionais e internacionais utilizando o teatro para o desenvolvimento humano e continua sua pesquisa sobre a múltiplas aplicações de teatro em todas as facetas da sociedade.
Kaahwa é adepta do "ensinar fazendo". Suas ações humanitárias também incluem a criação de um centro para crianças órfãs em sua fazenda em Uganda, que lhes permita recuperar os sentimentos de auto-estima e segurança. (onde Madonna passa boa parte de seu tempo livre)
Jessica Kaahwa fala Inglês, francês, suaíli, e a maioria das línguas bantu e em torno de Uganda (fluente em Runyakitara).

Sem comentários:

Enviar um comentário